Todas as ações financeiras do dia a dia carregam algo muito valioso: a geração de dados. O Open Banking irá transformar a forma com que esses dados são utilizados. Acompanhe!
Qualquer ação financeira que fazemos gera uma informação, e essa informação é então transformada em dados. Os dados falam muito sobre você e sobre sua empresa, eles indicam comportamentos e ajudam com previsões. Eles podem indicar também, dentro de parâmetros pré- definidos, se você terá acesso a um outro produto ou serviço financeiro.
Nos últimos anos muito se tem discutido sobre quem seria o dono desses dados, quem tem a posse sobre essas informações, que são muito valiosas. Sendo assim, quem então tomaria as decisões sobre elas.
Até então as instituições financeiras e bancos em geral entendiam que as informações transacionadas em seus ambientes eram de sua posse e assim, uma das frases mais escutadas nos bancos tradicionais se manteve por anos: você precisa começar um relacionamento com o nosso Banco para ter acesso aos nossos produtos. A cada início de relacionamento, o histórico, com todas as informações sobre a sua vida financeira, eram mantidos em segredo, e jamais poderiam ser compartilhados.
Começamos a acompanhar então um movimento que empodera o cliente sobre o seu comportamento gerados, passando a ser ele o dono dos seus próprios dados. O cliente, seja ele pessoa física ou jurídica, poderia então decidir o que fazer com as suas informações e com quem compartilhá-las. Esse movimento, iniciado no mercado financeiro, recebe o nome de Open Banking, que representa o sistema financeiro aberto.
Tendo como base esse conceito, países ao redor do mundo criaram estruturas tecnológicas para permitir que o usuário seja dono dos seus dados, e transite com eles por onde quiser. Países como o Reino Unido, pioneiro na iniciativa, e Austrália, viraram referência na forma de estruturar a troca de informações no setor financeiro.
Vantagens do Open Banking
Com o Open Banking, os clientes terão maior visibilidade e a possibilidade de ter produtos e serviços financeiros mais competitivos. Um dos principais focos é estimular a competição entre as instituições, melhorando as condições dos produtos e serviços financeiros oferecidos para o consumidor. Tal iniciativa, faz parte da agenda BC# do Banco Central, e ocupa o pilar de competitividade.
Confira as vantagens:
- Você no controle: é você quem escolhe como e com quem compartilhar seus dados;
- Seguro: o processo do compartilhamento é 100% digital e só pode ser feito com o seu consentimento, através de uma ferramenta sob supervisão do Banco Central, e de acordo com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados);
- Prático e gratuito: você poderá compartilhar seus dados sempre que quiser, em qualquer lugar, e sem custo. Além disso, o compartilhamento pode ser interrompido a qualquer momento quando o cliente desejar.
A iniciativa terá 4 fases.
Fase 1 – a partir de 01 de fevereiro de 2021:
Compartilhamento padronizado das informações sobre canais de atendimento, serviços e produtos financeiros tradicionais.
Fase 2 – a partir de 15 de julho de 2021:
Os consumidores terão o controle para compartilhar informações cadastrais e transacionais de conta de depósito à vista, de poupança, de pagamentos pré-pagos, de cartão de crédito e de operações de crédito.
Fase 3 – a partir de 20 de agosto de 2021:
Inicialização de pagamentos e propostas de crédito, não apenas nos canais das instituições financeiras. Nesta fase também podemos esperar integrações com o novo meio de pagamentos instantâneo, Pix.
Fase 4 – a partir de 15 de dezembro de 2021:
Ampliação do conceito de Open Banking para incluir mais opções de dados que poderão ser compartilhados, como dados de operações de câmbio, investimentos, seguros e previdência.
Segurança
O Open Banking assegura a padronização e as regras de segurança do compartilhamento e dos serviços por meio de APIs de instituições financeiras e demais instituições autorizadas pelo Banco Central do Brasil a operar. API (Application Programming Interfaces, em português: Interface de Programação de Aplicações) possibilita a troca de informações entre plataformas respeitando uma série de padrões e protocolos.
Os dados serão compartilhados entre as instituições financeiras participantes da iniciativa e para que o compartilhamento aconteça, será necessária a autorização do usuário, essa terá a validade de 12 meses. A autorização será realizada de forma 100% digital.
As instituições participantes não terão autorização para compartilhar os seus dados sem o seu consentimento. Você poderá escolher quais dados serão compartilhados e quais não. O acesso ou troca de informações poderá ser cancelado a qualquer momento.
Todas as instituições participantes do Open Banking serão previamente autorizadas pelo BancoCentral. Algumas instituições têm participação compulsória, outras poderão decidir se participam ou não.
Os dados serão compartilhados de forma criptográfica, e cada instituição participante deverá criar seus próprios mecanismos para garantir a autenticidade e segurança dos dados compartilhados, garantindo as três etapas obrigatórias: consentimento, autenticação e confirmação. Além disso, todas as diretrizes da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) devem ser atendidas.
O Open Banking permitirá o compartilhamento de informações entre os usuários. Isso acontecerá através de uma infraestrutura tecnológica, onde as instituições financeiras e empresas de serviços financeiros farão a troca.
Com o Open Banking você poderá compartilhar tanto informações da sua pessoa física, quanto da pessoa jurídica. Essa iniciativa será um marco na forma como você se relaciona com os seus dados.
A oferta de produtos e serviços será muito mais customizada, e podemos esperar ofertas agressivas no mercado. Compartilhe com a gente nos comentários qual fase será a mais esperada por você. E acompanhe todas as novidades do mundo do empreendedorismo aqui no nosso Blog!